terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pé de galinha não mata pinto... mas machuca!

Sabe aquela família em que todos se abraçam verdadeiramente? Aquela família onde a compreensão é mútua e a bem querência reflete-se na prática do auxílio e apoio de uns aos outros? Onde a verdade pode ser dita com educação e sem medo de magoar? Onde o sucesso de um é aplaudido por todos e o fracasso corriqueiro é sentido por todos, da mesma maneira? Onde a dor e o sorriso são compartilhados?
Pois é... eu morro de inveja!!! Acho que é a única coisa no mundo que me causa comichão de inveja... ahhh... como eu tenho inveja de quem tem um pai de verdade!
Mas, Flávia... você não tem um PAAAAIII? Sim, sim, eu tenho um... p a i .
Tenho um pai que, no passado, sempre foi presente financeiramente, mas, até hoje, a paternidade presencial foi desastrosa.
Casado com a minha mãe por 25 tórridos anos, nunca teve tempo para as coisas da casa porque o trabalho o consumia demais. Só entrava com a "verba". Afinal, "isso é tudo o que um homem deve fazer!"
Durante esses 34 anos de vida não lembro de um elogio sequer oriundo dele. Sempre críticas destrutivas.
Quando mais nova, ainda tentava agradá-lo. Tentava satisfazer a sua vontade no tato, dentro das minhas possibilidades, mas nunca consegui. Hoje em dia já não tento o agradar mais! Quando muito cansada de suas cobranças, me afasto, não atendo seus telefonemas, nem o procuro... deixo o silêncio ecoar até recompor as minhas forças e auto estima. E assim vou levando...
Para ele, sou uma pessoa sem qualidades, sem ganância ou grandes perspectivas na vida, que fez péssimas escolhas. Ter engravidado cedo foi uma catástrofe, ser gordinha sempre foi motivo de vergonha... Se trabalho, as empresas estão aquem o merecimento da minha dedicação, se estou em casa, sou imprestável, acomodada... se fico solteira, estou muito solta e quando estou casada, não soube optar. Sou "humilde demais" por tratar a todos com carinho e indistintamente, e a minha forma de escrever o desagrada, é incompreensível. VÁ ENTENDER!?!?
Incentivo? Nuca tive da sua parte. Tudo, absolutamente TU-DO o que fiz até hoje foi motivo para criticas acintosas, sem a menor ressalva ou respeito.
Alguma pessoas que conhecem-nos, perguntam porque não o respondo a altura... porque deixo ele exigir que eu seja um molde indefinido para satisfazer seus anseios? Eu digo que é por respeito. E é mesmo! Sei que ele não sabe dialogar e qualquer tentativa de contradizer "as suas verdades absolutas" seria motivo de declarar guerra e, no final, não mudaria nada.
Respeito ele como genitor, como contribuinte de cromossomos para a minha existência, como ser humano, como homem mais velho do que eu. Eu o respeito e respeito também a sua liberdade de expressão.
Tenho um grande respeito por ele, coisa que nunca tive da sua parte. E não exijo nada, nadinha. Posso até "querer" intimamente, mas não peço nada, não dou palpite na sua vida e nada exijo. Não exijo que seja menos grosseiro, não exijo colo, não exijo compreensão, não exijo que deixe de ser alcóolatra, não exijo solução para os problemas que ele teima em enumerar, não exijo que pare de me subestimar, não exijo presença e nem educação. Seria bom que tudo isso ocorresse, mas não exijo.
Penso que cada um sabe como desempenhar o seu papel, e só é capaz de dar exatamente o que tem... é por isso que não exijo. Só peço a Deus para me fortalecer... você não sabe o quanto preciso!
Desculpem o forte desabafo e tristeza exposta. Mas tem coisas que, quando não externadas, inflam e machucam mais.
Espero que esse meu incômodo sirva de exemplo para que você, que me lê nesse momento, perceba o quão machuca a ausência e intransigência de um membro da família. E que, muitas vezes, o silêncio não é sinônimo da ausência de dor, fraqueza ou covardia. Muito ao contrário. :'(

5 comentários:

  1. Mana,te entendo perfeitamente...passo pelo mesmo tormeto,mas não por parte de pai.E te garanto que por parte de mãe é bem mais doído...
    Bjs

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  2. Amiga eu iria dizer que te entendo, mas farei o comentário da Carmine o meu. Quando essa ausencia vem da mãe é muito pior, quando você precisa de um abraço e ele não vem, ou quando você dá um beijo e sente que a pessoa (no caso minha mãe) se afasta, morria um pouquinho cada vez que isso acontecia, até que parei de implorar por afeto, parei de pedir que ela viesse conversar comigo e simplesmente parei de esperar amor.

    BJS!

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  3. Mas com certeza que te deram carinho, pessoas que não te julgavam, apenas te amavam...

    Fique com Deus, menina Fadinha.
    Um abraço.

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  4. Fadinha
    O desabafo é necessário.
    Te admiro muito, menina.
    Com tudo isso e vc é uma mulher vitoriosa.
    Apesar desse lado que te machuca tanto, você
    seguiu teu coração, lançou mão da tua coragem e foi viver.
    Quantas conquistas na tua vida.
    Algumas pessoas não precisam de pais para serem orientadas a atingirem seus objetivos.
    Sei que vc vai dizer, mas...e o carinho?
    Vc mesma respondeu....ninguém pode dar o que não tem, o que desconhece.
    Ele é um sofredor, fraco, que no final precisa mais de vc do que vc dele.
    Ele exige de vc por medo que vc se torne ele.
    Acalma teu coração, Fadinha.
    Fica na paz!!

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  5. Os defeitos dele te fizeram forte e espetacular...infelizmente nada sara certas feridas, mas console-se com o amor que com certeza vem de diversas pessoas para você.
    http://meu-diva.blogspot.com/

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