O imbecil efeito dos holofotes - Bruna Surfistinha

  Ontem, na ida para o trabalho (sim, sim, sim... voltei a trabalharrr... iupi!), ouvi no rádio a divulgação da estréia do filme "Bruna Surfistinha". Logo, meu pensamento se perdeu.
Sem preconceito ou conservadorismo, pensei primeiro em minhas filhas, no mundo que deixo para elas onde uma mulher de pouca (ou nenhuma!) escolaridade ou mensagem que agregue algo moral ou intelectual, faz sucesso com a chula e erótica biografia que torna-se filme mais tarde, e promete sucesso de bilheteria.
Sempre soube que os nossos heróis não são mais os mesmos e que a medida que o mundo evolui cientifica e tecnologicamente, involui moralmente. É triste!
A adolescente de 17 anos consegue suceder-se bem ao iniciar-se no ramo de prostituição, fazendo programas. Ressalto aí um segundo agravante: enquanto a luta contra a pedofilia faz-se constante entre pessoas dignas e éticas, a mídia ressalta de forma glamourosa uma história tão vergonhosa, alimentando a indústria podre da pedofilia.
Logo veio um terceiro pensamento: conheço tantos casos dignos de traillers, onde pessoas que superam todas as dificuldades, enfrentam intempéries abruptos sofrendo, conseguem sorrir (até mesmo com a barriga vazia!) e vencem brilhantemente com humildade e perseverança. Pessoas realmente merecedoras de aplausos e holofotes... verdadeiros exemplos a serem seguidos.
Por que a mídia pouco se interessa por essas pessoas? Porque poucos expectadores comprariam tais informações.
Estamos na era dos reality's shows, onde celebridades instantâneas aculturadas reluzem e viram ícones sociais.
Tudo vale por dinheiro e ascenção! Expor-se (e expor o outro!), mentir, enganar, trapacear, roubar.  A depravação, ignorância e meios ilícitos viraram lugar comum. E, tragicamente, exemplos para os nossos filhos.
O homem mostra-se cada vez mais lobo do próprio homem. E sem máscara... sem pele de cordeiro! Tudo explícito, escancarado, sem a menor vergonha, dizendo para o que veio.   
Os valores estão contrários e são vergonhosos!
Fui criada para honrar-me e dignificar-me dos meus atos, sem atingir ou machucar o meu próximo. Sou do tempo em que os valores muito importam!!!
Sinceramente, não me adapto a ouvir aplausos para surfistinhas e afins.